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APRESENTAÇÃO
O
Encontro de História de Mato
Grosso do Sul, realizado periodicamente desde 1992 pela
Associação Nacional
de História, Seção de Mato Grosso do Sul, se
insere cada vez mais no calendário
de eventos de excelência da área de História no
Brasil, extrapolando as
fronteiras regionais, crescimento que permitiu a junção
ao primeiro Simpósio Internacional de
História,
qualificando ainda mais o Encontro como espaço de debate das
tendências atuais
da historiografia.
Após
dez anos o Curso de História da UFMS de Três Lagoas
organiza o
Encontro Estadual. Semelhante ao ano 2000, quando se debatia os “Des-cobrimentos: os desafios da
história” –
título do Evento daquele ano –, a temática
geral escolhida para o evento
no presente, “As muitas (in)dependências
das Américas: dois séculos de História”,
diz muito da necessária conexão
dos historiadores e da historiografia regional com os debates
internacionais.
À
exemplo dos quinhentos anos de “descobrimento” da
América e do Brasil,
em 1992 e 2000, respectivamente, no bicentenário das
independências
latino-americanas desenha-se um momento singular em que um objeto da
história
desperta o interesse tanto de especialistas (sobretudo historiadores)
como de
instituições governamentais e não governamentais.
O Evento pretende oportunizar
uma reflexão aprofundada sobre a história e a
historiografia das Américas,
colaborando para o melhor entendimento das continuidades e
descontinuidades
nessa longa história de relações conflituosas e
aproximadoras entre países
fronteiriços e distantes que guardam semelhanças e
diferenças econômicas,
políticas, sociais e culturais.
A
história política recente tem demonstrado a
urgência de se discutir os
rumos do continente. Já se passaram décadas da onda de
governos ditatoriais que
assolaram o continente, e a democracia burguesa duramente conquistada
já nos
permite fazer comparações de média
duração. O mais aparente nesta comparação
talvez seja o avanço dos governos de frente popular na
América Latina,
herdeiros dos movimentos de esquerda que se confrontaram com os
governos
ditatoriais. Defrontados com a administração do Estado,
podados pelas amarras
do jogo político, obedientes à ordem econômica
mundial, esses governos
demonstram, ao mesmo tempo, a força e a fragilidade dos sujeitos
históricos diante
da aventura da História.
Parte
do sucesso de público do Evento (comprovado pelos 320 trabalhos
inscritos em 17 simpósios temáticos, 170 textos completos
enviados, mais de 500
estudiosos inscritos, e 19 minicursos oferecidos) pode ser facultado ao
tema
que atraiu pesquisadores de seis estados brasileiros e de três
países, além do
Brasil. Durante quatro dias esses especialistas terão um
espaço privilegiado
para dialogar com seus pares, com estudantes de
graduação, com professores e
estudantes do ensino médio, com representantes de movimentos
sociais e com a
comunidade local. Espaços
materializados também
nas exposições e demais atividades culturais.
A
diretoria da ANPUH-MS, biênio 2008-2010, tem se esforçado
em várias
frentes para ampliar a atuação da
Associação para além da realização
do
encontro bianual, no sentido de garantir a proteção e
preservação do patrimônio
histórico em sua mais ampla definição (material e
imaterial), de democratizar o
acesso ao saber e de valorizar os profissionais da
educação. A programação do X
Encontro espelha este esforço ao garantir espaço de
debate dos problemas da
graduação e da pós-graduação em
História no Brasil e, especialmente, no Mato
Grosso do Sul, em atividades como o Fórum de
Graduação, a Assembléia da
ANPUH-MS e a Assembléia do Movimento Estudantil de
História.
O
sucesso do Evento se deve, também, ao respeito que o Curso de
História
da UFMS de Três Lagoas adquiriu junto à comunidade
acadêmica no Estado de Mato
Grosso do Sul. Um reconhecimento que pode ser entendido como fruto de
muito
trabalho dos professores e dos
alunos.
Ao
se colocar a XIII Semana de
História da UFMS/CPTL concomitante aos eventos estadual e
internacional, a
comissão organizadora pretende somar à estes a
tradição de um evento local que
mobiliza anualmente pesquisadores e estudantes de diversas cidades de
Mato
Grosso do Sul, bem como de outros estados vizinhos.
Mesmo cientes de que os órgãos de
qualificação de produção acadêmica,
com uma
visão produtivista, não contabilizam este tipo de evento
local, os professores
e alunos do Curso de História de Três Lagoas, que em 2010
completa 40 anos, se
esforçam para manter a periodicidade do encontro local por ser
um momento raro
de oxigenação da teoria e da historiografia, em uma
realidade de escassez de estrutura
material e humana.
A
diretoria da ANPUH-MS e a comissão organizadora do Evento
desejam a
todos os participantes dias felizes de trocas de saberes.
Vitor
Oliveira
Presidente
da ANPUH-MS
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